Para encerrar seu trabalho no Brasil, Margarida Botelho fez apresentação na 29 Bienal, domingo, 28 às 16 horas.
Margarida deu uma visão geral sobre o trabalho realizado em Moçambique, com crianças em campos de refugiados - a criação de livros intitulados "Encontros", em que as crianças, através de desenhos, resgatam seu passado, levando-o até o presente e projetam o futuro. Uma folha central do livro une imagens do encontro passado/futuro no presente.
Este trabalho foi desenvolvido aqui no Brasil, e tivemos o prazer de fazê-lo em parceria com Margarida.
Fomos ao Jardim Monte Alegre, Pirituba, bairro de periferia a oeste do município de São Paulo. Lá, em uma praça que nasceu espontaneamente pelas mãos da comunidade, liderada por José Aparecido Jonas, Margarida fez oficina de criação de livros que ganharam capas de papelão coloridas e o título, em estêncil,como fazemos com os livros do Dulcinéia Catadora.
Margarida também mostrou, em sua apresentação na Bienal, imagens da oficina que deu aos integrantes do Dulcinéia Catadora, de montagem de bonecos tridimensionais, que depois foram fotografados e usados para ilustrar a história João Despenteado.
Por fim, falou de sua experiência com população ribeirinha na Amazônia, onde também desenvolveu o trabalho de criação de livros com as crianças.
Após apresentação, Margarida autografou o livro, sempre com aquele carinho e simpatia que cativa a todos.
Muitos foram os Encontros. Tantos que, depois desse processo artístico colaborativo é inegável a contaminação e muitas outras propostas começam brotar para serem realizadas no próximo ano pelo Dulcinéia Catadora. Mais um livro em nosso catálogo. Gostaria que todos os títulos nascessem assim, de uma troca intensa, e dessem novos frutos, instigando os jovens do Dulcinéia a mergulhar em novos processos criativos.
Tive o prazer de conhecer Margarida, escritora, ilustradora e artista que, como eu, acredita na indissociabilidade do binômio arte/vida.