
Confira o poema que deu nome ao livro, escrito em parceria com Mariana Ianelli:
recolhe a tua vida secreta
como a concha devolve à água
nosso silêncio
e o ar: esse quase-onisciente cão da alma
conduz a palavra até a árvore
que a sonha...
assim o nosso canto
surdo aos obreiros do ruído,
alvorada sobre o pó
de setenta e sete mil,
a essência
vizinha da
querubínica voz
que nos convida
a esquecer
o futuro
para viver
o começo,
esquecer o presente
para viver o instante,
esquecer o passado
para viver
o retorno,
a esquecer nosso próprio nome
para ser
a humilde totalidade
que havia antes -
recolhe a tua vida secreta
como a concha devolve à água
nosso silêncio
e o ar: esse quase-onisciente cão da alma
conduz a palavra até a árvore
que a sonha...
assim nosso canto
atravessará este futuro & obscuro
céu no fundo do mar
para celebrar
teu segundo nascimento

Chuva pra dedéu
Nuvens se aglomeram lá no céu
Ai meu Deus as negras nuvens
Trazem chuva pra dedéu
Estou pensando na trabalheira
Que vai ter a minha gente
Quando as águas dessas nuvens
Caírem abundantemente
E se a chuva for passageira
Mesmo assim infelizmente
Para os nossos desenganos
Na cidade tem enchente

Nenhum comentário:
Postar um comentário